As picadas por borrachudo causam, muitas vezes, inchações extensas, e às vezes, hemorragia. Os borrachudos atacam ocasionalmente, em tal quantidade e com tal ferocidade, animais de criação que estes podem vir a perecer e há registros de mortes humanas causados por estes insetos.

As fêmeas são hematófagas picando aves e mamíferos, principalmente após a cópula. Os machos alimentam-se de substâncias açucaradas diversas (frutos maduros, secreções açucaradas de pulgões depositadas em folhas, etc). Geralmente, picam durante o dia, mas podem fazê-lo durante o crepúsculo vespertino. Picam fora das habitações. Dois ou três dias após a cópula, as fêmeas iniciam a postura, que é feita em água corrente. Os principais criadouros são pequenas cachoeiras ou corredeiras de água límpida, sobre pedras, mas existem também criadouros de borrachudos em filetes de água com pouca vazão e velocidades de 50 a 80cm por segundo e conseqüentemente com baixo teor de oxigenação.

Cada fêmea coloca 100 a 500 ovos. Esses se fixam em vegetais ou pedras salientes. A eclosão se dá quatro dias depois, nos meses de verão. As larvas necessitam de grande quantidade de oxigênio e por isso fixam-se em pedras com água corrente. Em geral, são vistas dezenas de larvas “atapetando” uma pedra, dando a impressão de um lodo espesso.

 As larvas passam por seis estádios e essa evolução demora cerca de 10 a 15 dias no verão. No sexto estádio, a larva secreta um casulo, que é firmemente fixado ao mesmo ponto em que se apoiava e então se transforma em pupa. Cerca de três dias depois emerge o adulto. Esse “nasce” debaixo d’água, onde eclode envolvido por uma pequena bolha de ar que quando atinge a superfície, estoura, lançando o “borrachudo” a distância, fazendo-o alcançar uma superfície enxuta. Depois de bem seco, ele voa até um abrigo. Parece que são insetos que têm grande capacidade de vôo, mas, em geral permanecem próximos de seus criadouros. No litoral do RJ e SP, as encostas da Serra do Mar apresentam numerosos riachos de águas cristalinas, que funcionam como excelentes criadouros.

No Brasil, não se conhecem simulídeos que sejam vetores de doenças no homem. Na África e na América Central, algumas espécies servem de vetores da oncocercose, doença causada por um verme que produz grandes tumores subcutâneos. Os vermes às vezes localizam-se nos olhos, causando cegueira parcial ou total.

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