Algumas vespas solitárias põem seus
ovos sobre as vítimas no ambiente natural,
como Cotesia flavipes, parasitóide
da lagarta Diatraea saccharalis (conhecida
como broca da cana-de-açúcar), mas outras
precisam de um ninho para abrigar a prole. No meio
ambiente, os ninhos desses insetos são crípticos
e camuflados, ou seja, são mecanismos de defesa
usados pelos animais, que os protegem contra ataque
de predadores. Esses mecanismos envolvem fatores como
forma, coloração e transparência,
características que irão disfarçar
os ninhos do meio ambiente. A nidificação,
que é a ação de construção
de ninhos, pode ser feita em folhas de muitas plantas,
bem como em troncos de árvores ou cavidades
naturais. Os ninhos podem ser constituídos
pelos mais diversos tipos de materiais, como polpa
de madeira, fibras e tricomas, apêndices epidérmicos,
vistos popularmente como “pêlos”
ou pequenas “escamas”, presentes em órgãos
de plantas (como folhas e caules). Esses tricomas
macerados e misturados com água e, em alguns
casos, com secreção glandular, podem
constituir o ninho dos marimbondos.
Já nas áreas urbanas, muitas espécies
de vespas sociais demonstram um alto grau de sinantropia,
ou seja, vivem em associação com o homem,
sendo freqüentes junto às edificações
e casas. Seus ninhos podem alcançar grande
desenvolvimento e, desta forma, permanecer por muitos
anos no local. O fato das vespas sociais construírem
seus ninhos próximos às construções
humanas lhe confere maior sucesso reprodutivo. Isso
porque neste ambiente ocorre uma redução
da pressão de predação, bem como
uma maior oferta de ambientes para construção
de ninhos em segurança das intempéries
climáticas, como frio, chuvas, raios e sol.
A definição de insetos sociais são
aqueles que apresentam simultaneamente, sobreposição
de pelo menos duas gerações adultas,
cuidado cooperativo com a prole e divisão de
trabalho reprodutivo. Vespas sociais formam dois grupos
distintos em relação à fundação
de seus ninhos: fundadoras independentes e por enxame.
O primeiro grupo refere-se a uma fêmea inseminada
que funda sozinha o ninho, podendo uma ou mais fêmeas
unir-se a esta; já o último grupo (fundadoras
por enxame) trata-se de um grande número de
operárias acompanhadas por uma ou mais rainhas
que iniciam um novo ninho. O enxameio refere-se a
processo sincronizado de formação de
uma nova colônia e pode ocorrer de duas formas
distintas:
1. Enxame de evacuação:
produzido quando o ninho é abandonado por motivo
de predação ou dano;
2. Enxame reprodutivo (fissão):
onde parte da população adulta deixa
a colônia para iniciar um novo ninho em outro
local.
Quando um ninho é atacado ou sofre danos,
os marimbondos o abandonam formando agrupamentos temporários
geralmente em folhas de árvores próximas.
Posteriormente, o enxame migra para um novo local
e inicia a construção de um novo ninho.
Essas interrupções no ciclo da colônia
das vespas são custosas por ocasionar uma redução
no número de operárias devido à
emigração e também ao tempo gasto
para a construção de um novo ninho e
o desenvolvimento de uma nova prole adulta.
Os marimbondos são insetos protegidos pela
legislação (lei n° 9.605/98). Esta
lei permite a remoção ou controle de
colônias de vespas e marimbondos, desde que
seja devidamente caracterizado o risco que essas espécies
trazem ao homem. Para eliminar o ninho é necessário
entrar em contato com empresas especializadas ou com
o IBAMA. Para isso, deve-se fazer o registro fotográfico
da possível situação de risco
como comprovação da necessidade de controle
ou remanejamento dos ninhos.
A maioria dos marimbondos constrói ninhos
fechados, como por exemplo, Polybia paulista
popularmente conhecido como “paulistinha”,
porém há ninhos abertos como é
o caso do Pepsis fabricius, conhecido como
“marimbondo-cavalo”. Algumas espécies,
como a vespa-solitária, fazem ninhos no chão,
semelhante a uma toca. Os marimbondos procuram lugares
abrigados e onde estejam protegidos de predadores
- principalmente formigas e pássaros - para
construir seus ninhos.
» Voltar
à página principal dos marimbondos