A inspeção visual e o uso de armadilhas é
uma boa metodologia de averiguação. Com isso,
pode-se avaliar qual é a melhor estratégia
de controle ou se realmente existe a necessidade de intervenção
química. O tratamento mais comumente utilizado no
combate as brocas
é a aplicação de inseticida. Esse método
pode ser empregado tanto no combate como na prevenção,
sendo pouco eficiente no primeiro caso. Ao se aplicar o
inseticida nos orifícios escavados pelas brocas,
a praga não será exterminada já que
ali é apenas a “porta de saída”
da madeira pelos insetos adultos, os quais já emergiram.
Ademais, a penetração do produto nesse local
será pequena, porque ali se acumulam serragem e fezes
do inseto, fato que restringe o alcance do inseticida a
outros indivíduos.
Este método tem, portanto, um objetivo muito mais
preventivo do que curativo. Se a superfície, frestas,
juntas e orifícios estiverem tratados com inseticida
(na madeira sadia), pode-se evitar que outras brocas venham
depositar ovos naquela peça de madeira.
É relevante ressaltar que, como esse método
é superficial, grande parte do produto tende a ser
removida quando a madeira é trabalhada. Deve-se considerar
também que isso pode por em risco a saúde
de pessoas que entrem em contato com a madeira. Sendo assim,
é fundamental um rigoroso controle em todas as etapas
do beneficiamento da madeira. Particularmente no caso da
madeira compensada, é importante notar que se o inseticida
for aplicado somente na cola e a lâmina de madeira
for muito espessa, esta pode servir de substrato para a
proliferação do inseto.
Um outro procedimento bastante usado é o do tratamento
com gases tóxicos. Quando no estado de larvas ou
ovos, a presença de brocas em uma peça de
madeira é praticamente imperceptível, sendo
que somente mais tarde, quando o adulto eclodir, é
que perceberemos, e os prejuízos se tornarão
evidentes. Para evitar esse tipo de problema, emprega-se
o método acima citado. O procedimento consiste em
submeter a madeira a um expurgo com gases tóxicos.
O expurgo é um tratamento essencialmente para combater
e não para prevenir. No entanto, pode ser visto também
como método de prevenção ao impedir
que uma madeira atacada sirva de foco de infestação
para outras madeiras sadias ou que o problema siga adiante.
O emprego do expurgo de gases tóxicos, embora de
simples manuseio, exige cuidados, pois os gases usados são
tóxicos e alguns deles reagem com metais, como o
cobre. Isso acarreta uma série de restrições
ao seu uso em determinadas situações. Sendo
assim, é altamente recomendável seguir as
orientações de um especialista. Pesquisas
têm sido realizadas com outros gases, tais como argônio
e nitrogênio. Nesse caso, o procedimento consiste
em reduzir o teor de oxigênio na madeira, substituindo-o
por um desses gases. Todavia, a comprovação
da eficácia desse tratamento ainda está em
fase de testes.
Os métodos citados acima devem ser empregados em
conjunto. O pré-tratamento das madeiras após
o abate evita o ataque e o transporte de insetos até
a serraria. Os produtos empregados são tóxicos
e os vários usos que se faz da madeira impõe
restrições. O controle dos insetos xilófagos
exige como primeira tarefa a análise da situação
nos diferentes ambientes (seja na fábrica de móveis,
na marcenaria etc) e, se houver algum problema, diagnosticá-lo
corretamente, verificando o tipo de inseto (broca) e os
tipos de condições que estão favorecendo
sua presença. Dado o diagnóstico e considerando
as diversas limitações, pode-se buscar o procedimento
que oferece o melhor resultado com o menor risco para a
madeira e o usuário.
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