Do mesmo modo que em vários outros locais
do mundo, o acidente escorpiônico no Brasil
apresenta-se como um atual problema de saúde
pública, não só pela sua grande
incidência em determinadas regiões, como
pela sua potencialidade em ocasionar quadros graves,
às vezes fatais. Dados do Ministério
da Saúde indicam que a ocorrência desse
quadro tem se tornado mais freqüente nos últimos
anos, sendo que suas notificações elevaram-se
de 18 mil casos em 2001 para mais de 36 mil em 2006,
com incidência anual de 16 casos/100.000 habitantes,
conforme tabela abaixo.
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Grande parte dos casos ocorre em ambiente predominantemente
urbano, com aumento sazonal no verão devido
às chuvas e ao calor. Dados do Ministério
de Saúde de 2006 revelam que as regiões
mais atingidas com acidentes escorpiônicos são
Nordeste e Sudeste, totalizando 18.608 e 15.382 casos,
respectivamente. Dentre os estados com maior número
de notificações são Minas Gerais
(9.875), Pernambuco (6.855), Bahia (6.003), São
Paulo (4.512) e Alagoas (2.586). Grande parte dos
casos de escorpionismo não causa efeito maligno,
sendo sua letalidade em torno de 0,076%. Os casos
de óbitos também seguem o mesmo padrão
de incidência, ou seja, concentram-se nas regiões
Nordeste (41%) e Sudeste (38%), de um total de 29
óbitos no Brasil em 2006. Os óbitos
têm sido associados, com maior freqüência,
a acidentes causados por T. serrulatus, ocorrendo
mais comumente em crianças menores de 14 anos
que receberam atendimento após 6 horas ou mais
da picada.
Devido ao seu alojamento em tijolos, telhas, troncos,
entulhos e pedras, os acidentes com escorpião
atingem com maior freqüência trabalhadores
da construção civil, bem como agricultores
durante o manuseio de hortaliças.
Na totalidade dos acidentes, os escorpiões
com importância médica no Brasil são
representados pelo gênero Tityus, com
várias espécies descritas. O T.
serrulatus (escorpião-amarelo) representa
a espécie de maior preocupação
em função do maior potencial de gravidade
de seu envenenamento e pela expansão de sua
distribuição geográfica no país.
Outras espécies de escorpiões também
fazem parte da lista de importância médica,
tais como T. bahiensis (escorpião-marrom),
T. stigmuru, T. cambridgei (escorpião-preto)
e o T. metuendus.