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Biologia da Lagarta das Palmeiras

lagarta das palmeiras
 

Lagarta das palmeiras é o nome pelo qual são chamadas as larvas de duas espécies de borboletas. Esses insetos pertencem, na classificação científica, à Ordem Lepidoptera, Família Nymphalidae e Subfamília Brassolinae. Essas duas espécies, de maior importância por causarem prejuízos aos homens, recebem os nomes científicos de Brassolis sophorae e Brassolis astyra.

A borboleta de Brassolis astyra é praticamente toda de coloração pardo escura, com faixas amarelo alaranjadas apenas nas asas anteriores. As asas possuem envergadura de 9 a 10 cm. As lagartas são marrom avermelhadas com listras longitudinais e possuem o corpo coberto por fina pilosidade, atingindo até 8,5 cm de comprimento no final de seu desenvolvimento.

   

A borboleta Brassolis sophorae é um pouco menor, com envergadura de 8 a 9 cm, sua coloração é marrom escura e possui uma faixa amarelo alaranjada tanto nas asas posteriores quanto anteriores. As lagartas são de coloração marrom escura com listras longitudinais esbranquiçadas e também tem o corpo coberto por pelos finos, medindo de 7 a 8 cm no final de seu desenvolvimento.

Nas duas espécies existe um dimorfismo sexual (diferença física entre macho e fêmea) acentuado, sendo as fêmeas maiores que os machos. Em B. sophorae elas têm, em média, o dobro do tamanho. Em ambas as espécies o desenvolvimento é o mesmo.

A lagarta é a forma nociva dessas pragas, tendo grande importância econômica por serem desfolhadoras. São capazes de devastar as copas das árvores em plantações voltadas a produção de frutos ou outros produtos, retardando seu crescimento e diminuindo sua produtividade, mas, geralmente não há a morte da planta. Além dos prejuízos econômicos, fazem com que as plantas usadas para ornamentação percam muito de sua beleza, deixando muitas vezes plantas sem folhas em clubes, residências, praças, parques e avenidas.

As lagartas se alimentam no horário próximo ao pôr-do-sol e ao início da noite, permanecendo inativas e reunidas em um abrigo nos outros períodos do dia, separando-se apenas quando formam pupas. Seu abrigo é construído pelas próprias lagartas através da junção de folíolos (subdivisão das folhas) por fios de seda, formando, em geral, um cartucho. A parte interna é recoberta por seda, tornando o ninho impermeável. Nas palmeiras de leque ou nas que possuem folíolos muito duros como os das tamareiras, no entanto, as lagartas escondem-se em vãos do tronco ou junto às bainhas das folhas e até mesmo em folhas velhas, que recobrem com a seda protetora. Esses comportamentos de proteção acabam dificultando o controle de sua população por uma maior diversidade de inimigos naturais, que ocorrem normalmente nos ecossistemas.

Nos abrigos, vivem em até uma centena indivíduos e, na medida em que vão crescendo, aumentam o abrigo ou constroem outro. O ninho pode atingir até 40 centímetros de comprimento por 10 centímetros de largura. Na parte inferior de cada ninho, há a existência de um pequeno buraco, por onde caem as fezes das lagartas. Uma boa maneira de localizar esses ninhos é procurar o acúmulo de fezes no chão ao redor de uma palmeira ou coqueiro, o ninho provavelmente estará logo acima.

Quando vão se alimentar saem ordenadamente, liberando um fio de seda, que é tecido pelas fiandeiras que possuem junto às peças da boca, formando um trilho que vai do ninho até o local de alimentação. O ninho fica coberto de seda, de tanto nele caminharem.

As lagartas se alimentam dos folíolos das plantas, podendo destruir toda a folhagem, restando apenas as nervuras centrais e a ráquis de cada folha. Todo esse estrago é resultante do grande número de indivíduos e do grande consumo de cada um. Elas variam de folha todos os dias, só voltando a uma mesma folha quando já atacaram todas as outras. Enquanto houver outras folhas disponíveis, a do abrigo é respeitada, mas se faltar alimento ela também será devorada, deixando o esconderijo bem à vista. São facilmente localizadas por seus estragos e também pelas fezes que se acumulam no chão. Em um local silencioso, pode-se ouvir o mastigar das lagartas se estivermos sob uma palmeira ou coqueiro baixo infestado.

Essa praga ataca preferencialmente as palmeiras (como coqueiro, dendezeiro, tamareira, palmeira imperial, etc), mas já foi encontrada se alimentando de bananeiras e cana de açúcar em estados do Nordeste.
No final do estágio larval já não precisam mais se alimentar e descem da palmeira para procurar um lugar para empupar. Saem em busca de um lugar vertical, usando freqüentemente casas e quaisquer construções humanas ou árvores. Em locais infestados podem ser vistas longas filas de lagartas saindo das árvores e buscando um local para empupar. A pupa é de coloração amarelo queimado com manchas pretas.

As borboletas desse gênero costumam voar ao nascer e ao por do sol. Na maioria das espécies, as borboletas e mariposas se alimentam de néctar, frutos fermentados ou até mesmo de exsudações de plantas e animais em decomposição. A alimentação é feita através de um longo aparelho bucal, chamado espirotromba. As borboletas de Lagarta das Palmeiras, entretanto, não se alimentam e tem esse aparelho bucal atrofiado, de forma que a sobrevivência e a energia para a reprodução dependem da qualidade e quantidade de alimento que conseguem ingerir quando ainda são lagartas.

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