A borboleta Brassolis sophorae é
um pouco menor, com envergadura de 8 a 9 cm, sua coloração
é marrom escura e possui uma faixa amarelo
alaranjada tanto nas asas posteriores quanto anteriores.
As lagartas são de coloração
marrom escura com listras longitudinais esbranquiçadas
e também tem o corpo coberto por pelos finos,
medindo de 7 a 8 cm no final de seu desenvolvimento.
Nas duas espécies existe um dimorfismo sexual
(diferença física entre macho e fêmea)
acentuado, sendo as fêmeas maiores que os machos.
Em B. sophorae elas têm,
em média, o dobro do tamanho. Em ambas as espécies
o desenvolvimento é o mesmo.
A lagarta é a forma nociva dessas pragas,
tendo grande importância econômica por
serem desfolhadoras. São capazes de devastar
as copas das árvores em plantações
voltadas a produção de frutos ou outros
produtos, retardando seu crescimento e diminuindo
sua produtividade, mas, geralmente não há
a morte da planta. Além dos prejuízos
econômicos, fazem com que as plantas usadas
para ornamentação percam muito de sua
beleza, deixando muitas vezes plantas sem folhas em
clubes, residências, praças, parques
e avenidas.
As lagartas se alimentam no horário próximo
ao pôr-do-sol e ao início da noite, permanecendo
inativas e reunidas em um abrigo nos outros períodos
do dia, separando-se apenas quando formam pupas. Seu
abrigo é construído pelas próprias
lagartas através da junção de
folíolos (subdivisão das folhas) por
fios de seda, formando, em geral, um cartucho. A parte
interna é recoberta por seda, tornando o ninho
impermeável. Nas palmeiras de leque ou nas
que possuem folíolos muito duros como os das
tamareiras, no entanto, as lagartas escondem-se em
vãos do tronco ou junto às bainhas das
folhas e até mesmo em folhas velhas, que recobrem
com a seda protetora. Esses comportamentos de proteção
acabam dificultando o controle de sua população
por uma maior diversidade de inimigos naturais, que
ocorrem normalmente nos ecossistemas.
Nos abrigos, vivem em até uma centena indivíduos
e, na medida em que vão crescendo, aumentam
o abrigo ou constroem outro. O ninho pode atingir
até 40 centímetros de comprimento por
10 centímetros de largura. Na parte inferior
de cada ninho, há a existência de um
pequeno buraco, por onde caem as fezes das lagartas.
Uma boa maneira de localizar esses ninhos é
procurar o acúmulo de fezes no chão
ao redor de uma palmeira ou coqueiro, o ninho provavelmente
estará logo acima.
Quando vão se alimentar saem ordenadamente,
liberando um fio de seda, que é tecido pelas
fiandeiras que possuem junto às peças
da boca, formando um trilho que vai do ninho até
o local de alimentação. O ninho fica
coberto de seda, de tanto nele caminharem.
As lagartas se alimentam dos folíolos das
plantas, podendo destruir toda a folhagem, restando
apenas as nervuras centrais e a ráquis de cada
folha. Todo esse estrago é resultante do grande
número de indivíduos e do grande consumo
de cada um. Elas variam de folha todos os dias, só
voltando a uma mesma folha quando já atacaram
todas as outras. Enquanto houver outras folhas disponíveis,
a do abrigo é respeitada, mas se faltar alimento
ela também será devorada, deixando o
esconderijo bem à vista. São facilmente
localizadas por seus estragos e também pelas
fezes que se acumulam no chão. Em um local
silencioso, pode-se ouvir o mastigar das lagartas
se estivermos sob uma palmeira ou coqueiro baixo infestado.
Essa praga ataca preferencialmente as palmeiras (como
coqueiro, dendezeiro, tamareira, palmeira imperial,
etc), mas já foi encontrada se alimentando
de bananeiras e cana de açúcar em estados
do Nordeste.
No final do estágio larval já não
precisam mais se alimentar e descem da palmeira para
procurar um lugar para empupar. Saem em busca de um
lugar vertical, usando freqüentemente casas e
quaisquer construções humanas ou árvores.
Em locais infestados podem ser vistas longas filas
de lagartas saindo das árvores e buscando um
local para empupar. A pupa é de coloração
amarelo queimado com manchas pretas.
As borboletas desse gênero costumam voar ao
nascer e ao por do sol. Na maioria das espécies,
as borboletas e mariposas se alimentam de néctar,
frutos fermentados ou até mesmo de exsudações
de plantas e animais em decomposição.
A alimentação é feita através
de um longo aparelho bucal, chamado espirotromba.
As borboletas de Lagarta das Palmeiras, entretanto,
não se alimentam e tem esse aparelho bucal
atrofiado, de forma que a sobrevivência e a
energia para a reprodução dependem da
qualidade e quantidade de alimento que conseguem ingerir
quando ainda são lagartas.