Modificação
do Habitat
Como
resultado da estreita relação e impacto causado
pelos mosquitos na população humana, a modificação
física de lugares onde os mosquitos possam pôr
ovos, as larvas e pupas se desenvolvem, a lugares onde os
adultos interagem com os seres humanos. O que mais demanda
trabalho é a redução das áreas
onde os mosquitos depositam os ovos e desenvolvem as larvas.
Isto inclui principalmente, alteração do nível
de disponibilidade ou eliminar a água. Por exemplo,
colocar bolas de plástico flutuando na superfície
da água das áreas utilizadas pelos mosquitos
para deposito dos ovos e desenvolvimento de suas larvas tem
sido muito eficaz. No entanto, é óbvio que este
é um quadro útil em uma escala pequena, mas
significativa. Eliminar recipientes (naturais e artificiais)
que coletam água, como pneus de veículos, vasos,
e qualquer recipiente ao ar livre com água.
Controle Biológico
Em matéria de
controle biológico tem sido tentado e ainda estão
tentando encontrar organismos que consomem ou interferem com
qualquer um dos quatro estágios de vida do mosquito.
Podemos fazer menção de várias estratégias
que tem tido algum efeito, entre elas, uso de predadores aquáticos
que consomem larvas e pupas, peixe Gambusia affinis e Fundulus
spp. Outros peixes como Tilápia e Cyprinus que removem
vegetação aquática que proporciona abrigo
para mosquitos.
Entre as muitas espécies
de organismos que têm sido procuradas que podem exercer
algum controle sobre mosquitos, devemos salientar as bactérias
thuriengiensis Bacillus. israelensis ou IPV. Neste caso, é
um larvicida e morre como resultado da ingestão de
uma toxina de proteína cristalina produzida pela célula
durante a esporulação. Esta toxina afeta o intestino
e, assim, a digestão, causando a morte da larva.
Controle Genético
Este é um método
dentro do controle biológico que está em fase
experimental devido aos resultados limitados. Suas estratégias
visam à liberação de machos estéreis
ou incompatíveis resultando em um declínio da
população, e também a liberação
dos vetores naturais.
Controle Químico
Larvicidas são
colocados na água, onde as larvas se desenvolvem ou
onde a água se acumula, proporcionando um ambiente
adequado para a oviposição e desenvolvimento
larval. Entre os aprovados para o uso estão hoje, o
óleo mineral, organofosforados e reguladores de crescimento
de insetos. Os óleos de rápida degradação
são dispersos para cobrir a superfície da água,
o que sufoca larvas e pupas. O regulador de crescimento mimetiza
um hormônio juvenil e interfere na metamorfose e na
emergência de adultos. A escolha do tipo e da formulação
do larvicida depende da biologia do mosquito, o tipo e o tamanho
do habitat. Alguns permitem que você aplique quando
a área está seca e, em seguida, é ativado
quando a região fica alagada. Antigamente, esses produtos
eram parte de um arsenal de estratégias no controle
da malária a nível mundial.
Inseticidas
Existem várias
formas de aplicação de inseticidas, destacando-
se residual, fumacê e ultrabaixo volume. Em escala maior,
o residual é usado com aplicações de
inseticidas nas paredes internas e externas das casas e nos
abrigos de animais domésticos, considerados locais
de repouso dos mosquitos domiciliares. O inseticida de escolha
é o DDT em vista de seu baixo custo e alto efeito inseticida.
No Brasil, a Fundação Nacional de Saúde
não utiliza mais o DDT em suas atividades antianofélicos,
mesmo na Amazônia; a recomendação atual
é de se usarem piretróides, que, apesar do preço
elevado, possuem ótima ação inseticida
e nocividade ambiental irrelevante. Outros inseticidas sintéticos
a base de organofosforados e carbanatos também são
utilizados, porém necessitam de aplicações
mais frequentes (cada dois a três meses). O tratamento
por aspersão (fumacê) é usado principalmente
em epidemias para matar rapidamente os mosquitos adultos que
estão infectados, evitando assim a disseminação
de doenças. Os inseticidas são vaporizados nos
dispersores em altas temperaturas (acima de 200°C) e podem
ser aplicados por veículos ou por uma pessoa. Os aerossóis
de ultrabaixo volume (UBV), que são também produzidos
por máquinas, podem usar os inseticidas Malathion,
Fenitrothion ou Permetrina e aplicados por veículos
de modo que possam cobrir uma área grande num tempo
curto.
Controle Comportamental
(Atraentes)
Este método consiste
em atrair e capturar os insetos em armadilhas, reduzindo a
população de insetos a níveis toleráveis.
Este método é utilizado na agricultura para
o controle de vários insetos-praga, porém na
Entomologia Médica-Veterinária é usado
apenas para o controle de alguns insetos, como, por exemplo,
a mosca tsé-tsé (Glossina morsitans) no Zimbábue.
Este método alternativo de controle de insetos tem
sido extensivamente estudado em todo o mundo, inclusive no
Brasil. Atualmente, este método está sendo usado
experimentalmente para monitorar fêmeas grávidas
de Aedes aegypti em áreas urbanas por meio de armadilhas
de oviposição em atraentes. Os atraentes são
voláteis, provenientes de infusões de matéria
orgânica (ex.: gramíneas) que atraem fêmeas
grávidas de mosquitos para a oviposição.
Outros atraentes que estão sendo pesquisados e apresentam
grande potencial para capturar mosquitos adultos são
originados dos voláteis do odor humano, que atraem
fêmeas para o repasto sanguíneo (ex.: CO2, octenol,
ácido láctico e outros voláteis). Armadilhas
luminosas também são utilizadas para capturar
mosquitos em áreas silvestres.
Monitoramento
Esta atividade é
crucial para um programa de controle eficaz, pois tem por
objetivo determinar a distribuição, abundância
e grau de atividade patogênica. A idéia é
dispor de informações para agir diante de um
grande problema.
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