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Métodos de Controle

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Os insetos se tornam pragas quando conflitam com o bem estar, estética ou prejudicam os lucros comerciais do homem. O controle destes insetos pode ser feito tanto por controle biológico, quanto pelo uso de produtos químicos.

Por que os insetos se tornam pragas?

Os insetos podem se tornar pragas por uma ou mais razões. Insetos inofensivos se tornam pragas devido a uma introdução acidental em áreas fora de sua distribuição nativa, onde escapam de seus inimigos naturais ocasionando grande crescimento populacional, ou, propagação deliberada de suas plantas hospedeiras por meio do cultivo humano, no caso dos fitófagos. Além disso, o inseto pode se tornar vetor de uma doença ou mesmo de um parasita humano.

   

Para acompanhar a evolução da população e definir a hora de efetuar o controle, é necessário realizar amostragens de percevejos, e essas devem ser feitas com um pano-de-batida. É o mesmo pano usado para as lagartas, de preferência branco, com 1 m de comprimento. Em campos de cultivo, como no caso da soja, estende-se o pano entre duas fileiras de soja, e bate-se de maneira a sacudir bem as plantas, fazendo com que os percevejos caiam sobre o pano para serem contados. Deve-se amostrar vários pontos da lavoura, calculando uma média de percevejos por batida de pano, e realizar as amostragens com maior intensidade nas bordaduras da lavoura, por onde o ataque geralmente inicia. Comparando o número achado nas bordas com o do interior da lavoura pode-se localizar os focos iniciais, o que propicia economia, fazendo-se o controle somente nas margens da lavoura quando o ataque ainda está restrito a estas. As vistorias para avaliar percevejos devem ser feitas durante o período de formação e enchimento das vagens até o início da maturação fisiológica. É recomendado o período da manhã, até 10 h, quando os percevejos estão mais ativos sobre as plantas.

Controle Biológico

São inimigos naturais do(s) organismo(s) alvo(s) /pragas, introduzidos no mesmo ambiente como tentativa de restaurar o equilíbrio no habitat. Estes inimigos podem ser animais predadores, parasitas e/ou patógenos que atacam a população do organismo considerado praga.

Uma vantagem dos inimigos naturais é a sua especificidade na escolha de um hospedeiro, embora esta seleção nem sempre resulte na erradicação as pragas. econômicas das pragas.

Controle Químico

É assim denominado devido ao uso de substâncias químicas para diminuir a população do organismo considerado praga. Podendo ser inseticidas ou reguladores de crescimento. Os inseticidas podem ser sintéticos ou naturais. Apesar de natural, o inseticida pode ser altamente tóxico para os mamíferos como, por exemplo, os alcalóides e o nim (provenientes de plantas).

Apesar dos riscos dos inseticidas convencionais, seu uso frequentemente é necessário. Contudo, a escolha e a aplicação cuidadosa do produto químico podem reduzir os danos ecológicos. O uso apropriado e eficiente exige um conhecimento completo da biologia da praga no campo e uma avaliação das diferenças nos inseticidas disponíveis. Recomenda-se oficialmente a adição de sal de cozinha refinado à calda de pulverização. A adição do sal possibilita a redução pela metade da dose de certos inseticidas recomendados, diminuindo assim o impacto ambiental. Recomenda-se para equipamentos terrestres a concentração de 0,5% (500g de sal em 100L de calda). No uso de equipamentos aéreos, deve-se utilizar a concentração de 0,75% (750g de sal em 100L de água). O sal não é volátil, portanto, não atrai os percevejos de áreas vizinhas, além de afetar o comportamento desses insetos, aumentando a atividade de “tateamento” do alimento, causando um efeito arrestante (aumento do tempo de permanência do inseto sobre o alimento). Isso faz com que os percevejos permaneçam mais tempo na área, contaminando-se com os inseticidas mais facilmente.

O controle químico para uma cultura só é indicado se após o controle biológico a população de percevejo persistir e estiver com dois insetos (adultos + ninfas) por metro de fileira de plantas.

Há a necessidade de escolher o inseticida recomendado para o controle químico dos percevejos para a cultura específica. Além da eficiência, é importante o critério da seletividade, ou seja, o efeito do produto sobre os inimigos naturais do percevejo. Portanto, na escolha do inseticida deve se priorizar aqueles que afetam menos as vespinhas, moscas e outros parasitóides e predadores que ocorrem nas lavouras e são importantes no controle das populações dos insetos pragas.

Cuidado

Os organoclorados possuem efeito residual, não são biodegradáveis, e por isso o uso contínuo na agricultura pode levar a casos de intoxicação animal e humana (hemorragia capilar cerebral, hepática e renal) e ao desequilíbrio biológico. Por isso a Organização Mundial da Saúde criou uma lei (Portaria Ministerial n° 356, de 14/07/71) proibindo o uso agropecuário dos inseticidas organoclorados (exemplo DDT). Ressaltando a necessidade de se conhecer o produto adquirido ou utilizado pela empresa prestadora do serviço de desinsetização.

Os reguladores de crescimento de insetos interferem no desenvolvimento ou no metabolismo do inseto, possuindo alta especificidade contra estágios específicos das pragas e com baixo nível de toxicidade aos mamíferos.

O método de controle de espécimes fitófagos e hematófagos devem ser analisados separadamente:

Controle Químico

Triatoma infestans (barbeiro)

Os inseticidas organoclorados e piretróides correspondem ao método barato e rápido. Sua aplicação acarreta o decaimento rápido da população intradomiciliar, obtendo-se a negativação das casas em pouco tempo e a interrupção da transmissão vetorial.

Atualmente são utilizados outros inseticidas testados pelo Programa de Controle da Doença de Chagas: os piretróides, ésteres de ácido crisantêmico, delmatrina, cipermetrina e a lambdaciolotrina.

Controle químico através de hormônio: juvenilizante, estimuladores de crescimento, inibidores de quitina:

- O Hormônio juvenilizante é um método ainda em fase de teste. Basicamente, ele mantem os “barbeiros” sexualmente imaturos até o quinto estádio ninfal. Porém, apresenta algumas desvantagens por reduzir lentamente o número de insetos, permitindo que os triatomíneos continuem se alimentando, mesmo afetados pelo hormônio.

- Já os estimuladores de crescimento agem nas ninfas de quarto estádio produzindo adultos sem o amadurecimento sexual, impedindo desta forma a reprodução desses insetos.

- Os inibidores de quitina interferem com a formação dos triatomíneos, deixando-os susceptíveis a ação dos predadores, pois há a interferência na produção de quitina, que é essencial para a formação do exoesqueleto no processo de ecdise.

Cimex lectularius (Percevejo de cama)

Os organoclorados mais utilizados foram DDT, BHC (isômero gama), dieldrin e aldrin, mas após a proibição do uso pelo OMS, os organofosforados, como malation e diazinon passaram a ser empregados. Atualmente, os percevejos de cama tem se mostrado resistentes a esses inseticidas.

Controle Biológico

Barbeiro

Patógeno: Metarrhizium anisopliae o fungo infecta o barbeiro.

Parasitas: os micro hemípteros (insetos dos gêneros Telenomus e Ooencyrtus) e os microácaros

Predadores: Formigas e aranhas.

O controle biológico não possui a finalidade de eliminar os triatomíneos, mas sim de manter o equilíbrio entre a sua população e a de seus predadores. Porém, a eliminação desses insetos é de grande interesse, visto que o barbeiro é o vetor da doença de Chagas. Assim, a utilização deste método seria limitada e com pouca perspectiva de aplicação prática, a não ser que associada a outro método de maior eficácia.

Fitófagos

Independentemente do método de controle, é importante salientar que os percevejos iniciam a infestação/ataque a uma lavoura pelas áreas marginais, onde se concentra a maior parte das populações. Devido a esta característica, a maioria dos métodos de controle deve ter início nas áreas marginais das plantações.

O controle biológico dos percevejos fitófagos é feito de acordo com a espécie do inseto responsável pela infestação:

Organismo Pátogeno:

Leptopharsa gibbicarina: Pode ser controlado biologicamente por pulverização do fungo Sporothrix insectorum na lavoura;

L. heveae (percevejo-de-renda): O controle biológico é feito através da infecção do percevejo pelos fungos Sporothrix insectorum e Hirsutella verticillioides;

Corythucha ciliata (percevejo-de-renda do plátano): Os fungos Acremonium strictum, Verticillium lecanii, Beauveria bassiana e Paecilomyces farinosus podem exercer papel de controle da população do inseto/praga.

Scaptocoris castanea e Atarsocoris brachiariae (Percevejo castanho): O método mais comum e viável é através do controle biológico com o fungo M. anisopliae, uma vez que o controle químico do percevejo é muito difícil.

Organismo Parasita

E. heros (percevejo marrom): A vespa Trissolcus basalis parasita os ovos desse percevejo, o Microhimenóptero Hexacladia smithii é responsável por parasitar os percevejos adultos;

N. viridual (percevejo verde ou fede-fede): Os ovos podem ser parasitado pela vespa Telenomus podisi, enquanto as ninfas e adultos são parasitados pela mosca Trichopoda giacomellii.

Controle Químico

Os grupos químicos mais usuais e efetivos no controle dos percevejos são os Organofosforados (como por exemplo Acefato Fersol 750 SP), piretróides (Fastac 100 EC), carbamato (Carbaryl Fersol 75 DP) e fenilpirazol (Klap 200 SC).

A utilização dos inseticidas para a espécie Dichelops melacanthus (percevejo barriga-verde) pode ser feita através da pulverização ou até via tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos.

Controle Alternativo

Uso de plantas armadilhas:

De uma maneira geral, os percevejos são atraídos por leguminosas. No caso do percevejo verde pequeno, P. guildinii, as anileiras, leguminosas nativas do gênero Indigofera, atraem o inseto que permanece sobre as plantas no período de entressafras. Assim, podem-se eliminar os insetos diminuindo a sua população antes que eles dispersem pela lavoura. Duas espécies mais comuns de anileiras são a Indigofera truxillensis e a I. suffruticosa, arbustos comuns em áreas abandonadas e em beira de estradas.

Uso de estacas armadilhas:

Outra medida de manejo dos percevejos é o uso de estacas com estopas embebidas em uma mistura de inseticidas com sal. Estas estacas, chamadas iscas tóxicas, são colocadas a uma altura acima do dossel (copa ou região das folhas) das plantas, fazendo com que os percevejos se desloquem para este local. O uso destas estacas é importante no monitoramento da população de percevejos, indicando a presença destes insetos em uma lavoura. As estacas devem estar localizadas, de preferência, nas margens das lavouras, onde normalmente tem início a infestação.

Manejo da serra pilheria (palhada):

O percevejo marrom, E. heros, passa cerca de sete meses do ano sob a palhada seca na superfície do solo em diapausa (parada prolongada que ocorre no desenvolvimento dos insetos), como por exemplo, embaixo de folhas caídas de mangueiras, cafeeiros e feijão guandu. Os adultos não-diapausantes apresentam coloração marrom escura e espinhos pronotais pontiagudos, enquanto os adultos diapausantes são de cor marrom avermelhada e com espinhos pronotais arredondados.

Recomenda-se examinar as palhadas e ao constatar os percevejos, estes devem ser eliminados, enterrando a palhada ou aplicando inseticida nos focos de infestação.

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