Atualmente existem inúmeros trabalhos buscando
métodos de controle biológicos, especialmente
controle microbiano e de resistência de plantas,
visando alternativas aos métodos químicos,
que podem ser prejudiciais ao meio ambiente, e também
com a intenção de possibilitar uma integração
entre diferentes métodos de controle.
Controle mecânico
Em sauveiros jovens (até 4 meses de idade),
onde a rainha ainda está a poucos centímetros
da superfície, um método simples e eficiente
de se acabar com o sauveiro é a escavação
e morte da rainha. A aração do terreno
antes do plantio funciona da mesma maneira, podendo
matar a rainha. Porém, essas táticas
não funcionam em sauveiros mais velhos.
Outro método, bastante antigo, utilizado é
o de proteção das copas das árvores,
que consiste em utilizar tiras cobertas de graxa ou
vaselina amarradas no tronco das árvores. Pode-se
também utilizar gel adesivo ao redor do tronco
ou anéis com água. Esses métodos
visam evitar o acesso das formigas as folhas e são
praticamente inviáveis em plantações
extensas.
Controle cultural
A utilização de culturas armadilhas,
como gergelim, capim braquiarão, mamona ou
batata-doce podem apresentar efeitos tóxicos
ou repelirem as formigas cortadeiras é considerado
um método cultural. Essas culturas podem ser
plantadas na borda das culturas principais, podendo
servir também como alimento alternativo. A
aração e gradagem do solo são
considerados métodos de controle cultural por
alguns autores.
Controle biológico
O controle biológico é uma área
muito promissora, mas ainda existe a necessidade de
pesquisas e conhecimentos básicos.
Diversos tipos de animais como, o ácaro Pyemotes
tritici, pererecas, rãs, sapos, bem-te-vis,
galinhas, gaviões, pardais, sabiás,
cobras, lagartos, tamanduás e tatus se alimentam
desse inseto. Muitos desses inimigos naturais predam
as iças jovens durante e após as revoadas,
sendo um dos principais motivos de suas mortes, contribuindo
para evitar a formação e novos sauveiros.
A restrição da caça e a não
utilização de produtos fitossanitários
preserva esses animais, que podem contribuir com a
redução populacional desse inseto-praga.
O uso de faixas de vegetação nativa,
entre as faixas da cultura de interesse, favorece
o abrigo e a proliferação dos inimigos
naturais, além de poder servir como alimento
alternativo às saúvas. Entre os predadores
dessas formigas ainda podemos citar o HEMIPTERA Vescia
agrensis; os besouros carabeíde Taeniolobus
sulcipes, escarabeíde Canthon dives
e Canthon virens, além das formigas
Nomanyrmex esenbecki, Nomanyrmex hartigi
e Paratrechina fulva.
O besouro Canthon virens age capturando
e cortando a cabeça das rainhas de Atta
spp. para colocar seus ovos em seu abdomen, porém
possui pequena eficiência no controle. O mesmo
se conclui sobre as moscas parasitóides da
família Phoridae, cujas fêmeas
põem seus ovos na cabeça ou tórax
dos soldados e operárias adultos das formigas,
que morrem após serem devoradas pelas larvas
do parasitóide. São também parasitas
de formigas cortadeiras as vespas parasitóides
do gênero Apocephalus.
Alguns fungos como Metarhizium anisophiae
e Beauveria bassiana causam doenças
nas formigas e possuem grande eficácia em laboratório.
Mas infelizmente não possuem a mesma eficiência
em campo, muito provavelmente devido aos diversos
artifícios utilizados pelas formigas.
Outro exemplo de tática é o caso do
óleo essencial de Eucaliptus maculata
(uma espécie de eucalipto). Ele possui uma
substância chamada de beta-endesmol que é
capaz de causar agressividade entre as formigas operárias
da mesma colônia, quando esse óleo é
aplicado sobre elas.
Controle Químico
A isca formicida, ou isca granulada, é considerada
uma das formas mais práticas e econômicas
de se controlar um sauveiro. Mistura-se a isca com
algum alimento que seja atraente para as formigas.
Esse alimento contaminado com a isca é levado
para o ninho, onde age. Não se deve utilizar
esse método em dias de chuva, pois o composto
se desagregará do alimento em questão
e não surtirá o efeito desejado.
A termonebulização é uma técnica
de controle dessa praga muito eficiente, porém
custosa, o que a torna inviável pelo alto custo
exigido para a compra e manutenção dos
equipamentos utilizados no processo. A técnica
consiste em se misturar o ingrediente ativo a óleo
diesel ou querosene, que funcionam como veículo,
e, através do aparelho termonebulizador, ocorre
a geração de uma ‘fumaça’,
que leva o inseticida para dentro do formigueiro.
Esse método de controle pode ser usado em dias
chuvosos, ao contrário da isca formicida.
O pó seco é aplicado diretamente no
formigueiro. É uma técnica de controle
barato e de fácil aplicação,
porém exige elevada demanda de mão de
obra. É usado em formigueiros pequenos, ao
contrário da termonebulização,
indicada para formigueiros grandes. Assim como a isca
granulada, não deve ser utilizado em dias úmidos
ou chuvosos, pois a água presente no solo dificulta
a penetração do principio ativo na colônia.
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