No controle químico, a isca seca de farelo
de trigo em mistura com Carbaril a 7,5 % é
o tratamento mais eficaz no controle desses animais.
Pode-se utilizar, também, 450 g de farelo de
trigo com 5 g de Triclorfon ou igual quantidade de
Diazinom 40 PM. Deve-se preparar uma pasta com água
e adicionar duas colheres de açúcar.
Ainda pode-se utilizar uma mistura de 10 g de tártaro
emético e 80 g de açúcar, distribuída
em caixas de fósforo nos locais infestados.
Para A. vulgare, o tratamento mais eficaz
testado foi a utilização de iscas tóxicas
contendo Diazinon, seguido por Deltametrina.
Deve-se também atentar para a toxicidade dos
pesticidas utilizados e sempre ler e seguir corretamente
as indicações presentes na embalagem
para a aplicação. Equipamentos de proteção
individual são indispensáveis para evitar
a exposição aos produtos e evitar assim
a intoxicação. Em caso de suspeita de
intoxicação deve-se procura o hospital
ou Centro de Assistência Toxicológica
(CEATOX) mais próximo.
Diazinon
Diazinon é um inseticida organofosforado usado
no controle dos insetos domésticos e da agricultura.
É também bastante utilizado em horticultura
e em plantas ornamentais. Nos Estados Unidos, o uso
doméstico do Diazinom foi suspenso a partir
de 2000, ficando disponivel apenas para fins agricolas.
O Diazinon provoca a morte através da inibição
de uma enzima importante ao Sistema Nervoso, a acetilcolinesterase.
O Diazinon pode ser tóxico para mamíferos
(por exemplo: cães e porcos), répteis,
peixes e aves. É sinérgico a outros
produtos químicos (significando que os dois
juntos são mais tóxicos que isoladamente),
incluindo piretrinas e determinados produtos químicos
utilizados na indústria farmacêutica.
Em humanos, os sintomas da exposição
aguda ao Diazinon podem se desenvolver em minutos
ou horas após a exposição, dependendo
da via de exposição. Os sintomas iniciais
incluem tonturas, náuseas, salivação,
dor de cabeça, sudorese, lacrimejamento e coriza.
Os sintomas podem evoluir para vômitos, cólicas
abdominais, diarréia, espasmos musculares,
fraqueza, tremores e falta de coordenação.
Visão escura e embaçada ou ansiedade
e inquietação, bem como sintomas psiquiátricos,
como depressão, perda de memória e confusão
também foram relatados.
Em experimentos laboratoriais, a exposição
repetida ao Diazinon causou danos ao pâncreas.
Ainda são necessários estudos para conhecer
o potencial carcinogênico do Diazinon, mas existem
alguns relatos que sugerem possíveis ligações
entre a exposição ao Diazinon e câncer
na infância.
A degradação do Diazinon no solo é
feita por microorganismos e é a principal rota
de dissipação. Assim, o produto permanece
por mais tempo em solos estéreis do que em
não-estéreis. A persistência e
a mobilidade (pode passar através do solo)
do Diazinon e seus metabólitos sugerem o potencial
para contaminação das águas subterrâneas.
O Diazinon é degradado na água como
resultado da hidrólise, especialmente sob condições
ácidas, sendo moderadamente persistente em
água. É volátil à temperatura
ambiente. Esse pesticida é degradado rapidamente
em plantas forrageiras e grama.
Diazinon é altamente tóxico para as
abelhas. Aves como patos e gansos são altamente
susceptíveis à intoxicação
por esse inseticida devido à sua alimentação,
podendo ingerir material e organismos contaminados.
A preocupação pode ser estendida ao
perigo que a substância apresenta à vida
dos animais selvagens, plantas terrestres e áreas
semi-aquáticas próximas às que
recebem aplicação de Diazinon.
Deltametrina
Deltametrina é um inseticida piretróide
utilizado para controle de lagartas, pulgões,
cochonilhas e mosca branca em plantações,
vasos e plantas ornamentais. Também é
utilizado como carrapaticida para gado. Comercialmente
é conhecido como “Butox”. Age paralisando
o Sistema Nervoso do animal, e, portanto, matando
rapidamente através do contato ou por ingestão.
Mamíferos expostos a Deltametrina podem apresentar
salivação exagerada. Em contato com
a pele, pode causar irritações. A intoxicação
por Deltametrina pode causar salivação,
convulsão e morte.
Em humanos, os sinais de intoxicação
incluem ataxia (falta de coordenação
dos movimentos voluntários), convulsões,
edema (inchaço), diarréia, dispnéia
(dificuldade de respirar), dor de cabeça, irritabilidade,
colapso do sistema vascular periférico, aumento
do muco do nariz, tremores, vômito e morte devido
à insuficiência respiratória.
A Deltametrina é altamente tóxica a
abelhas e outros insetos benéficos, peixes,
organismos aquáticos e anfíbios. Por
ser um piretróide, persiste no ambiente por
longo período de tempo, especialmente em ambientes
sem luz.
Triclorfon
O Triclorfom é um inseticida organofosforado
usado para controle de baratas, grilos, traças,
percevejos, pulgas, parasitas de gado, moscas, carrapatos
e cigarrinha. É também usado no tratamento
de animais domésticos para controle de parasitas
internos. Age interferindo com uma enzima essencial
do Sistema Nervoso, a colinesterase. Triclorfom é
facilmente absorvido através da pele e é
moderadamente tóxico por ingestão ou
absorção dérmica.
O contato da pele com organofosforados pode causar
sensibilidade, sudorese localizada e contrações
musculares involuntárias. Quando inalado, os
primeiros sintomas podem incluir sangramento no nariz
ou corrimento nasal, tosse, desconforto no peito,
respiração difícil ou curta e
chiado no peito. Em contato com os olhos pode causar
dor, sangramento, lágrimas, constrição
da pupila, e visão turva. Após a exposição
por qualquer via, outros sintomas (como palidez, náuseas,
vômitos, diarréia, cólicas abdominais,
cefaléia, tontura, dor nos olhos, visão
turva, constrição ou dilatação
das pupilas, lágrimas, saliva, sudorese e confusão)
podem começar dentro de alguns minutos ou em
até 12 horas após a exposição.
Quando a intoxicação é mais grave,
pode afetar o sistema nervoso central, resultando
em falta de coordenação, fala arrastada,
perda de reflexos, fraqueza, fadiga, contrações
musculares involuntárias, espasmos, tremores
da língua ou das pálpebras e, eventualmente,
paralisia das extremidades do corpo e dos músculos
respiratórios. Em casos graves pode haver também
a defecação ou micção
involuntária, psicose, batimentos cardíacos
irregulares, inconsciência, convulsões
e coma, podendo levar à morte por insuficiência
respiratória e parada cardíaca. Os sintomas
podem aparecer em até 4 semanas após
a exposição aguda. Em tais casos, dormência,
formigamento, fraqueza e cãibras podem aparecer
nos membros inferiores e podem evoluir para incoordenação
e paralisia. A exposição repetida ou
prolongada a organofosforados pode resultar nos mesmos
efeitos que a exposição aguda, incluindo
os sintomas de atraso. A exposição repetida
pode também causar problemas de memória
e concentração, desorientação,
depressão grave, irritabilidade, confusão,
dor de cabeça, dificuldades de fala, prejuízo
no tempo de reação, pesadelos, sonambulismo
e sonolência ou insônia. Estudos realizados
em animais de experimentação indicam
que Triclorfom pode causar anormalidades no feto quando
ocorre exposição durante a gestação.
Também suspeita-se que, em altos níveis,
o Triclorfom contribua para o aparecimento de tumores.
O Triclorfom é altamente tóxicos para
aves, tóxico para peixes, certos insetos benéficos
e para invertebrados aquáticos. É pouco
tóxico para abelhas.
Tende a persistir e bioconcentrar no ambiente (isto
é, mantém sua concentração
alta nos organismos). O Triclorfom não adsorve
fortemente às partículas do solo, é
facilmente solúvel em água, e é
móvel em solos de variadas texturas e quantidade
de conteúdo orgânico. É, portanto,
susceptível de contaminar as águas subterrâneas.
O Triclorfon é degradado rapidamente em solos
aeróbios e é estável em solo
estéril. Não deve ser aplicado em superfícies
tratadas com cal. Novos estudos sobre o comportamento
de Triclorfom em água são necessários
para concluir a avaliação dos efeitos
ambientais desse material.
Carbaril
O Carbaril é um inseticida do grupo dos carbamatos
usado para controle de mais de 100 espécies
de insetos em plantações de frutas cítricas,
algodão, grama, plantas ornamentais, hortas
e para controle de doenças no gado e em animais
de estimação. Alguns o consideram um
dos inseticidas mais tóxicos. Sua ação
é promovida através da inibição
da colinesterase, uma enzima muito importante no Sistema
Nervoso).
O Carbaril é rapidamente absorvido pela pele.
O uso rotineiro desse inseticida em ambientes domésticos
expõe especialmente crianças e idosos
a um risco considerável, já que o produto
contamina o ar e não se dissipa facilmente.
Os sintomas da intoxicação aguda por
Carbaril incluem: visão turva, náuseas,
dor de cabeça, salivação excessiva,
dificuldade em respirar, contrações
musculares e ataxia (falta de coordenação
dos movimentos voluntários). Seres humanos
e gatos intoxicados por Carbaril podem desenvolver
um comportamento agressivo, paranóia e irritabilidade.
O Carbaril é também tóxico para
os rins e fígado, e pode causar danos aos ovários
e testículos, diminuindo a qualidade do esperma.
Estudos com animais sugerem a possibilidade de o inseticida
causar aborto ou má-formação
do feto.
O Carbaril é altamente tóxico para
as abelhas e, por isso, não deve ser pulverizado
em árvores, arbustos ou outras formas de vegetação
em floração, já que abelhas são
importantes polinizadores. É tóxico
também para invertebrados aquáticos
e moderadamente toxico para peixes. Seu produto de
degradação é muito tóxico
para moluscos e outros organismos estuarinos. Carbaril
atua sinergicamente para aumentar a toxicidade de
outros pesticidas como o ácido 2,4 diclorofenoxiacético
(2,4-D).
É degradado no solo pela ação
da luz do sol e ação bacteriana, tendo
uma permanência maior em solos anaeróbios
(estéreis). Normalmente liga-se ao solo pela
matéria orgânica e pode ser transportado
pela enxurrada. A degradação do Carbaril
em culturas ocorre por hidrólise no interior
das plantas.