O
esclarecimento da diferença entre o controle integrado
de pragas e a desintetização se dá através
da compreensão de cada um desses termos.
Controle integrado
de pragas
O Controle Integrado
de Pragas (CIP) consiste na análise dos riscos de infestação
de cada local e no estudo do comportamento das pragas, assim
podem ser 29 aplicadas medidas preventivas para evitar a infestação,
como também medidas corretivas -caso a infestação
já tenha se instalado. Logo, tem-se que o objetivo
dessa ação se fundamenta em prevenir ao invés
de combater. Desse modo, pode-se dizer que a base de tal processo
é o controle da
acessibilidade das pragas à comida, água e abrigo,
junto a isso, o CIP incorporou novas técnicas conforme
o avanço da tecnologia através da utilização
de agentes químicos, que tornou esse método
e a manutenção de medidas as práticas
mais empregadas. Além disso, deve-se incluir a orientação
da população, saneamento básico e controles
biológico e mecânico de pragas, sempre limitando
o uso de pesticidas, a fim de evitar a contaminação
dos indivíduos e do ambiente.
Essa técnica
frequentemente utiliza o controle biológico, o qual
utiliza predadores para controle das pragas, sempre combinado
a outra prática, no entanto, tal aplicação
depende da análise do comportamento das pragas alvo,
deste modo, é viável usar diferentes técnicas
sem afetar os demais seres vivos, inclusive o próprio
ser humano.
Desinsetização
(Dedetização)
O nome dedetização
tem origem no DDT (Dicloro – Difenil - Tricloroetano),
um veneno amplamente utilizado a partir da Segunda Guerra
Mundial, hoje é proibido devido ao seu alto grau de
toxicidade e contaminação do ambiente, assim
sendo, o nome dedetização não é
mais implantado, sendo desinsetização ou desinfestação
com inseticidas, um termo mais correto e atual. Assim, essa
visa a acabar com uma infestação já instalada
ao usar apenas pesticidas, iscas, armadilhas e venenos destinados
para cada situação, sem analisar o porquê
da infestação.
Existem diferentes tipos
de desinsetização, cada um destinado a um tipo
de infestação: desintetização
propriamente dita, desratização, além
da eliminação de pombos, pequenos artrópodes
e aracnídeos.
Diversos tipos de produtos
químicos são empregados para a realização
de uma desinsetização:
1. DDT, que foi utilizado
principalmente para o combate contra a malária e, hoje
está proibido pelos danos causados à saúde
a ao ambiente.
2. Organofosfatos: causam
paralisia no inseto.
3. Larvicidas e Adulticidas:
Matam larvas e adultos, respectivamente.
4. Piretróides
para insetos adultos.
5. Methoprene: hormônio
sintético de inseto que causa disfunção
hormonal em mosquitos imaturos; impede a maturação
sexual do inseto.
O maior risco da aplicação
desse método é a contaminação
de pessoas presentes no local da aplicação,
além da intoxicação de animais não
alvos e contaminação do ambiente.
De acordo com a Organização
Mundial de Saúde (OMS), a maioria das pessoas é
contaminada por pesticidas de quatro maneiras:
1. Ao utilizar o pesticida;
2. Ao entrar em contato
direto ou indireto com superfícies e objetos contaminados;
3. Ao ingerir alimentos
e água contaminados;
Por isso, para a aplicação
de pesticidas são necessárias medidas de prevenção
de contaminação.
Comparação
entre os métodos (Controle de Pragas e Desinsetização)
O controle integrado
de pragas é empregado no combate de uma praga específica,
sem afetar possíveis inimigos naturais, já a
desinsetização afeta qualquer organismo, inclusive
os que não são alvos e poderiam servir como
controle biológico. Além disso, podemos citar
também a preocupação com a contaminação
do ambiente e do homem por ambas as práticas, por decreto,
a desinsetização é obrigada a tomar todos
os cuidados para que não ocorra contaminação,
mas é um risco sempre presente, uma vez que se empregam
venenos no combate à infestação.
Por sua vez, o CIP implica
em menos riscos, pois seu foco é a diminuição
do uso de pesticidas, assim, quando o faz tenta sempre minimizar
os possíveis prejuízos.
Outro grande problema
da desinfestação química é a adaptação
evolutiva das pragas, as quais acabam se tornando resistentes
aos venenos, o que acarreta um desenvolvimento de pesticidas
cada vez mais agressivos e tóxicos. Isso se dá
em virtude do processo de seleção natural, isto
é, a sobrevivência dos seres mais resistentes
garante a transmissão de tal característica
para as gerações consecutivas.
Portanto, o emprego
do CIP é mais vantajoso, pois garante a diminuição
de riscos pela exposição de agentes químicos
e contaminação do ambiente e do solo- além
de diminuir a necessidade de pesticidas de ação
mais intensa. Todavia, a desinsetização é
mais rápida e eficiente, já que pode ser empregada
em casos de infestação de alto grau. Paralelo
a esse fato, devem-se analisar os custos, riscos e urgência
de se aplicarcada um dos processos antes de optar por um deles.
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