As pragas têm
origem anterior à civilização do homem,
mas seus danos só aconteceram depois do desequilíbrio
ecológico que ele próprio causou. Com o desenvolvimento
das civilizações, eventos antes inexistentes
passaram a permitir a proliferação de alguns
animais, como o acúmulo do lixo e alimentos sem cuidados
necessários.
A expansão
urbana ocasionou na diminuição de alguns predadores
naturais, permitindo que pudessem se proliferar com mais facilidade.
Portanto, a existência desses animais na condição
de praga propriamente dita é resultante das atividades
do próprio homem, que permitiu que encontrassem abundância
de abrigo e alimento, e consequentemente facilidade para se
reproduzir.
O descontrole causa
muitos prejuízos ao homem, não só por
danos a alimentos estocados ou produtos que podem ser danificados,
mas também podem vir a causar problemas à saúde
das pessoas, tanto em casos isolados, como em grande escala.
Para isso existe um
método de controle padronizado denominado Controle
Integrado de Pragas, que se baseia na higiene e prevenção
como ferramentas, incorporando ações preventivas
e corretivas à sua aplicação. Como por
exemplo, a diminuição do uso de praguicidas,
o estudo dos ciclos de vida das pragas, e com essas informações,
definir medidas apropriadas para o combate e quais os critérios
econômicos para a aplicação. Assim, conhecendo
metodicamente o que é preciso combater, o controle
acabará sendo mais eficiente. A definição
das pragas a serem tratadas também é fundamental
para dar prosseguimento no planejamento do controle.
Antes de se iniciar
o planejamento, é importante saber em qual ambiente
o controle deverá ser aplicado, podendo este ser urbano
ou rural. Em cada um dos casos, as pragas podem ser diferentes
e, portanto, terem comportamentos distintos. Assim, toda a
linha de planejamento poderá seguir um critério
específico.
Podemos, em ambos os
casos, destacar alguns animais:
• roedores: camundongos,
ratos e ratazanas;
• baratas;
• formigas;
• escorpiões;
• carrapatos;
• pulgas;
• morcegos;
• pombos, etc..
O Controle Integrado
de Pragas é feito em etapas que facilitam
a tomada de atitudes, baseadas nos estudos a serem feitos
do ambiente.
A primeira etapa é
a inspeção, que é feita nas áreas
internas e externas do local, de maneira detalhada e acompanhada
de um técnico responsável.
Todos os ambientes do
local, inclusive redes de esgoto, caixas de gordura, devem
ser inspecionados sendo relevante obter informações
com funcionários (no caso de uma empresa), moradores
vizinhos, caseiros, e pessoas próximas em geral. Por
meio disso, deve-se compreender as rotas de material orgânico
e alimentos do ambiente, locais onde os animais e insetos
localizarão como ambientes favoráveis para abrigo
e alimentação.
Em seguida, deverá
ser feita a identificação das espécies
encontradas para se saber exatamente o procedimento a ser
tomado e o dano que este pode vir a causar. A identificação
precisa ser específica de cada animal. Caso encontre-se
um rato, por exemplo, identificar qual espécie é:
Rato-preto (Rattus rattus) ou Ratazana (Rattus
norvegicus).
A utilização
do nome científico das espécies é importante
justamente para se conhecer o procedimento adequado a ser
tomado e os danos que os animais podem causar. Uma vez que
a identificação é essencial, é
importante que seja feita por um profissional com amplos conhecimentos
na área de identificação de animais.
Já foram encontrados em silos de armazenagem de grãos
alguns besouros (coleópteros) e traças (lepidópteros),
que alimentam-se da parte interna dos grãos, causando
grande perda de peso nas sacas e redução dos
nutrientes e do poder germinativo. Assim, é possível
estipular a sua perda e calcular o prejuízo financeiro,
que também é uma etapa importante da identificação.
Esses animais podem
acarretar o surgimento de outros males como fungos e bactérias,
que também causarão prejuízos.
O próximo passo
será o diagnóstico, onde deverá ocorrer
a definição das áreas críticas
de controle, a partir dos resultados obtidos anteriormente.
Definindo essas áreas,
será feito um planejamento estipulando as áreas
mais importantes a serem trabalhadas, os locais específicos
a serem aplicados rodenticidas (veneno para roedores, se houver
indício de ratos) e a dose necessária. Portanto,
deverá ser estipulada a quantidade de pessoas que serão
responsáveis por cada fase do controle, em cada área
definida.
A próxima etapa
é o controle químico do ambiente. Serão
aplicadas substâncias para o controle biológico
dos animais, como adulticidas (substâncias que combatem
animais em fase adulta), rodenticidas, inseticidas e larvicidas,
que combatem insetos e larvas respectivamente, dentre outros.
Logo após o controle químico, deverá
ser feito o controle mecânico. Esse controle é
feito usando equipamentos que deverão conter ou matar
as pragas.
Muitos equipamentos
são conhecidos, como ratoeiras, papeis adesivos e armadilhas
de captura. Podem ser usados aparelhos ultrassônicos
e telas, que servirão para afastar esses animais ou
impedir o seu acesso.
Finalizando as etapas
acima, serão tomadas agora as medidas preventivas e
corretivas. Elas diferenciam-se pelo foco de sua atuação.
As ações
preventivas visam impedir que as pragas ocorram ou voltem
a ocorrer. Já as ações corretivas são
basicamente a instalação de barreiras físicas,
a fim de impedir sua entrada ou sua acomodação
posterior, justamente naqueles locais onde foram identificadas
falhas nas etapas anteriores.
Após serem
concluídas as etapas de medidas preventivas e corretivas
deve ser feito, por último, o monitoramento. Todas
as etapas anteriormente descritas deverão ser periodicamente
checadas e reforçadas para que as chances de invasão
por insetos e roedores sejam sempre reduzidas. Isso implica
no monitoramento contínuo das infestações,
e principalmente, o reforço para que ocorra a mudança
dos hábitos prejudiciais ao controle.
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